Ermida de São Brás
Distrito de Évora, Concelho de Évora, Freguesia da Horta das Figueiras
Monumento Nacional
Acesso
Rossio da Corredoura, ou de São Brás, no topo S..
Enquadramento
Urbano, em cota estável da base SO. da colina de Évora, isolada num dos topos do antigo Rossio, pouco harmonizada com o ambiente envolvente, urbanização dos inícios do Séc. 20.
Descrição
Planta centralizada quadrangular, orientada, alongada no sentido E. - O., composta pela articulação horizontal de nártex, nave e ábside. Coberturas diferenciadas para cada um dos elementos e desniveladas, em terraço visitável coberto de telhas para os dois primeiros e em telhado cupular para a ábside. A fachada principal é definida pelo nártex, de abóbada ogival, rematado nos cunhais por dois graciosos torreões cilíndricos coroados de merlões e coruchéus cónicos rematados por ornamento pinacular; abre-se ao exterior através de três amplos vãos de arco quebrado descarregando em fortes pilares de três colunas cilíndricas, de alvenaria com capitéis graníticos de ornamentação vegetalista, uma carregando a crista da ogiva e as outras a queda arcatura; a frontaria é rasgada por estreito pórtico e por par de janelões. Fachadas laterais de seis panos definidos pelo ritmo dos contrafortes em forma de torres, similares aos do nartex; cimalhas coroadas de merlões. Na cabeceira um sólido corpo cúbico de paramentos cegos, contrafortado nos cunhais por dois outros torreões rematados por coruchéus; ressaltam nas ilhargas, a N. e a S., dois pequenos cubelos, mais baixos, a que correspondem as sacristias, de cunhais arredondados e coroados de merlões, com frestas de arco quebrado. Inúmeras gárgulas de figuração zoomórfica ligam-se a um complicado e eficaz sistema de condutas e caleiras. INTERIOR: nave com abóbada de canhão e volta perfeita; paredes revestidas de altos silhares de azulejos verdes e brancos, em axadrezado, de tonalidade irisada. A capela-mor, com cúpula esférica e iluminada por duas frestas laterais, é igualmente revestida, integralmente, por azulejos similares. As sacristias têm coberturas em ogiva nervurada, com fechos heráldicos.
Utilização Inicial
Cultual / hospitalar / assistencial
Utilização Actual
Cultual. Sede da paróquia
Propriedade
Pública: estatal
Cronologia
1480 - início da edificação no local onde existia pequena gafaria em madeira segundo a tradição; 1490 -já se encontra aberta ao culto; Séc. 18 - reforma da frontaria.
Tipologia
Arquitectura religiosa, gótica, manuelina, chã, mudéjar, joanina. O edifício tem réplicas em Santo André de Beja e São Sebastião de Alvito. Capitéis do nartex mudéjares; azulejos da nave e capela-mor de estilo sevilhano de finais de Quatrocentos; frontaria joanina.
Características Particulares
Edifício considerado como fundador do estilo manuelino mudéjar, chão, alentejano.
Dados Técnicos
Estrutura autónoma
Materiais
Alvenaria, cantaria de granito, mármore de Estremoz em elementos secundários, silhares de azulejaria a forrar os paramentos interiores e alguns elementos de cobertura.
Observações
Todo o edifício ficou alteado em relação à envolvência, em sólida plataforma com escadaria frontal e pequena escada lateral, da banda N., gradeado, em resultado de obras de integração realizadas já durante este século. Perdeu posteriormente a escadaria frontal. Muito provavelmente, a sacralização do lugar, que ainda no Séc. 15 devia ser um vasto terreiro ermo contíguo ao caminho que circundava a cidade pela banda S. (SAA, 1964), é muito remota e ao actual templo pode ter precedido singela ermida de que se perdeu a memória.
Rossio da Corredoura, ou de São Brás, no topo S..
Enquadramento
Urbano, em cota estável da base SO. da colina de Évora, isolada num dos topos do antigo Rossio, pouco harmonizada com o ambiente envolvente, urbanização dos inícios do Séc. 20.
Descrição
Planta centralizada quadrangular, orientada, alongada no sentido E. - O., composta pela articulação horizontal de nártex, nave e ábside. Coberturas diferenciadas para cada um dos elementos e desniveladas, em terraço visitável coberto de telhas para os dois primeiros e em telhado cupular para a ábside. A fachada principal é definida pelo nártex, de abóbada ogival, rematado nos cunhais por dois graciosos torreões cilíndricos coroados de merlões e coruchéus cónicos rematados por ornamento pinacular; abre-se ao exterior através de três amplos vãos de arco quebrado descarregando em fortes pilares de três colunas cilíndricas, de alvenaria com capitéis graníticos de ornamentação vegetalista, uma carregando a crista da ogiva e as outras a queda arcatura; a frontaria é rasgada por estreito pórtico e por par de janelões. Fachadas laterais de seis panos definidos pelo ritmo dos contrafortes em forma de torres, similares aos do nartex; cimalhas coroadas de merlões. Na cabeceira um sólido corpo cúbico de paramentos cegos, contrafortado nos cunhais por dois outros torreões rematados por coruchéus; ressaltam nas ilhargas, a N. e a S., dois pequenos cubelos, mais baixos, a que correspondem as sacristias, de cunhais arredondados e coroados de merlões, com frestas de arco quebrado. Inúmeras gárgulas de figuração zoomórfica ligam-se a um complicado e eficaz sistema de condutas e caleiras. INTERIOR: nave com abóbada de canhão e volta perfeita; paredes revestidas de altos silhares de azulejos verdes e brancos, em axadrezado, de tonalidade irisada. A capela-mor, com cúpula esférica e iluminada por duas frestas laterais, é igualmente revestida, integralmente, por azulejos similares. As sacristias têm coberturas em ogiva nervurada, com fechos heráldicos.
Utilização Inicial
Cultual / hospitalar / assistencial
Utilização Actual
Cultual. Sede da paróquia
Propriedade
Pública: estatal
Cronologia
1480 - início da edificação no local onde existia pequena gafaria em madeira segundo a tradição; 1490 -já se encontra aberta ao culto; Séc. 18 - reforma da frontaria.
Tipologia
Arquitectura religiosa, gótica, manuelina, chã, mudéjar, joanina. O edifício tem réplicas em Santo André de Beja e São Sebastião de Alvito. Capitéis do nartex mudéjares; azulejos da nave e capela-mor de estilo sevilhano de finais de Quatrocentos; frontaria joanina.
Características Particulares
Edifício considerado como fundador do estilo manuelino mudéjar, chão, alentejano.
Dados Técnicos
Estrutura autónoma
Materiais
Alvenaria, cantaria de granito, mármore de Estremoz em elementos secundários, silhares de azulejaria a forrar os paramentos interiores e alguns elementos de cobertura.
Observações
Todo o edifício ficou alteado em relação à envolvência, em sólida plataforma com escadaria frontal e pequena escada lateral, da banda N., gradeado, em resultado de obras de integração realizadas já durante este século. Perdeu posteriormente a escadaria frontal. Muito provavelmente, a sacralização do lugar, que ainda no Séc. 15 devia ser um vasto terreiro ermo contíguo ao caminho que circundava a cidade pela banda S. (SAA, 1964), é muito remota e ao actual templo pode ter precedido singela ermida de que se perdeu a memória.
Fonte: www.monumentos.pt
A Ermida de São Brás, situada extra-muros no Rossio de São Brás, foi mandada construir por D. João II, no local onde já existiria uma pequena gafaria provisória em madeira, erguida para tratar dos doentes afectados pela peste que assolou o país em 1479-80. O povo de Évora, o rei e o bispo executor da obra, D. Garcia de Meneses, mostravam assim a sua devoção por São Brás, a quem se rezava habitualmente aquando de uma epidemia. A obra, cuja licença eclesiástica data de 7 de Setembro de 1480, terá começado em 1482, e a ermida já estava aberta ao culto em 1490 (ESPANCA, Túlio, 1966). O monumento, projectado por mestre desconhecido, é particularmente inovador na utilização de um estilo manuelino-mudéjar tipicamente alentejano, com sucessão de volumes escalonados, robustos e coroados por merlões, e inaugura na cidade a utilização, depois largamente divulgada em monumentos de todo o Alentejo, de elementos arquitectónicos como os contrafortes cilíndricos com coruchéus cónicos (PEREZ EMBID, Florentino, 1955, p.134). Juntamente com as igrejas dos Lóios e S. Francisco, este templo marca a introdução do tardo-gótico em Évora. Erguida sobre uma plataforma destinada a vencer um desnível do terreno, a ermida tem fachada principal com nártex aberto em três grandes arcos ogivais apoiados em meias colunas de alvenaria com capitéis vegetalistas, enquadrados por poderosos torreões cilíndricos ameiados. Neste pórtico terá existido uma decoração mural com as armas e o pelicano de D. João II, possivelmente perdida nas obras suecssivas que o templo sofreu (ESPANCA, Túlio, 1966). O corpo da igreja, todo caiado, possui catorze contrafortes cilíndricos, com os torreões do pórtico, terminados num friso de merlões chanfrados, e todos coroados por coruchéus cónicos. A cabeceira é um corpo cúbico, alargado lateralmente pelos volumes mais baixos e muito estreitos das sacristias, também ameiadas, onde se rasgam frestas ogivais. Sobre a capela-mor ergue-se o lanternim hexagonal, e no topo norte, deitando para a sacristia, destaca-se o campanário. De salientar ainda a sucessão de interessantes gárgulas de granito, de temática zoomórfica, ao longo do edifício. No interior de nave única, coberta por abóbada de volta perfeita, existem vários painéis de azulejo de padrão geométrico, em verde e branco, ainda quinhentistas e de ressonâncias mudéjares; os altares de talha dourada setecentista, um de cada lado da nave, são dedicados a São Romão e a Nossa Senhora das Candeias. Na capela-mor, o retábulo também em talha dourada enquadra uma escultura de madeira do santo padroeiro do templo, em edícula central. As pinturas são no geral arcaizantes, de nítida influência flamenga e interesse apenas regional, datáveis da segunda metade de quinhentos, embora respeitem a duas empreitadas distintas Guarda-se no Museu Regional de Évora parte do importante recheio de ourivesaria sacra, de prata dourada, da extinta Confraria de São Brás. Existe ainda algum mobiliário setecentista nas dependências da igreja, bem como uma pia de água benta, renascentista, em mármore.O templo sofreu beneficiações em 1573, custeadas pelo Cardeal-Infante D. Henrique, e constando basicamente de decorações murais nas paredes e abóbadas da nave e execução do retábulo de talha, mas as pinturas (e vários altares) ficaram destruídos em 1663, por ocasião dos bombardeamentos da cidade pelas tropas castelhanas, particularmente desastroso por a ermida se encontrar na cintura defensiva do Rossio de São Brás. Embora os trabalhos de restauro tenham começado imediatamente, os últimos vestígios das pinturas murais desapareceram nas reformas camarárias de finais do século XIX e início do século XX. Ainda hoje são visíveis alguns vestígios de um friso de esgrafitos, incluíndo emblemas manuelinos e temas geométricos, ao longo do remate superior da fachada, agora restaurada e pintada de novo.
Fonte: www.ippar.pt
Parece ser a mais "cosmopolita", polivalente e multicultural das ermidas eborenses...
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