sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Igreja e Antigo Convento de Nossa Senhora dos Remédios














































Igreja e Antigo Convento dos Remédios
Distrito de Évora, Concelho de Évora, Freguesia da Horta das Figueiras
Monumento sem Classificação
Acesso
Av. de Lisboa
Enquadramento
Urbano, extramuros
Utilização Inicial
Religiosa: convento de carmelitas descalços
Utilização Actual
Cultural: departamento de arqueologia / Cultural: sede de grupo musical (igreja)
Propriedade
Pública: municipal
Arquitecto Construtor Autor
ARQUITECTO: Vítor Figueiredo (projecto de recuperação)
Cronologia
Séc. 16 - instalação dos carmelitas descalços em Évora frente àTorre de menagem mas fora da muralha fernandina, na sequência da remodelação da Ordem do Carmo; 1614 - sagração da igreja; 1663, Maio - durante a Guerra da Independência o convento tem papel de relevo nos assédios de Évora sendo palco de vários combates entre castelhanos e portugueses; 1820, Julho .durante a 1º invasão francesa (Loison), o Convento é ocupado e saqueado; 1826 - 1853 - durante o reinado de D. Maria II o convento e a cerca são entregues à autarquia, sendo então a cerca já utilizada como cemitério público; 1895 e 1991 - obras de recuperação a cargo da autarquia e instalação do Departamento de Arqueologia e do Grupo Eborae Musica na Igreja; 1988 - 2004 - projecto de recuperação da autoria do arq. Vítor Figueiredo.
Tipologia
Arquitectura religiosa, quinhentista.
O Convento de Nossa Senhora dos Remédios fica situado junto à Porta de Alconchel, freguesia de Horta das Figueiras, na cidade de Évora. Esta casa religiosa foi fundada no ano de 1606, pelo Arcebispo de Évora D.Teotónio de Bragança, para os frades da Ordem dos Carmelitas Descalços.
O convento, erguido extra-muros, caracteriza-se arquitectonicamente pelas linhas severas impostas pelo Concílio de Trento. Na fachada principal, ornada com o brasão eclesiástico do fundador, destaca-se a imagem de mármore de Nossa Senhora dos Remédios. O convento adoptou esta denominação porque os carmelitas descalços, ao chegarem a Évora (antes da edificação do convento) ocuparam a antiga ermida de Nossa Senhora dos Remédios (na Rua do Raimundo).
O interior da igreja apresenta um notável conjunto de talha dourada do estilo barroco-rococó, sendo uma das igrejas eborenses mais rica desta arte. Em 1792, deu-se neste convento o famoso caso da Beata de Évora.
Após 1834 (Extinção das Ordens Religiosas em Portugal), o edifício e cerca entraram em posse do estado, que em 30 de Maio de 1839 o cedeu à Câmara Municipal de Évora, para instalação do cemitério público. Para entrada do cemitério felizmente se aproveitou, do demolido Mosteiro de São Domingos, o grandioso portal de mármore (1537), atibuído ao escultor Nicolau de Chanterene. Presentemente encontram-se instalados no antigo Convento o Conservatório Regional Eborae Musica, além de um núcleo museológico municipal.
A Igreja e o Convento de Nossa Senhora dos Remédios foram construídos no primeiro quartel do século XVII, em substituição do anterior convento, existente na Rua do Raimundo, sob a protecção do arcebispo D. Alexandre de Bragança, sendo a planta da responsabilidade do arq. Francisco de Mora.A igreja, sagrada em 1614, é um admirável testemunho do primeiro barroco em Évora, tem nave de planta rectangular, com quatro tramos e a capela-mor está decorada com opulento altar de talha dourada dos artistas eborenses irmãos Abreu do Ó (século XVIII). A construção do edifício veio a reflectir a grande austeridade, produto do contexto temporal, e da severidade de costumes e conduta da ordem (“Carmelitas descalços”), dando origem a uma grande simplicidade de meios formais e materiais. Do antigo convento destaca-se a sacristia e o seu notável paramenteiro, os silhares de azulejo, o claustro e as celas dos monges. Desde 1840 a sua cerca é utilizada como Cemitério Público, e possui um portal renascentista oriundo da demolida Igreja de S. Domingos, atribuído a Nicolau Chanterene.A intervenção no Convento de Nossa Senhora dos Remédios (projecto de Vítor Figueiredo – Gabinete de Arquitectura, Lda) destina-se a albergar o Centro de Conservação e Restauro - Núcleo de Arqueologia da CME - e Instalações Polivalentes para actividades culturais. O projecto prevê que a cave seja ocupada pelo do Centro de Conservação e Restauro, reservando contudo, uma área encerrada para arrecadação de material de uso eventual do Espaço PolivalenteNo piso térreo, em relação ao Convento, o princípio que norteou a proposta foi o de criar no edifício um pólo de atracção para a cidade, dimensionado e vocacionado de forma a não ser um equipamento destinado apenas à Conservação e Divulgação do Património Arqueológico. Assim, salvaguardaram-se as instalações de Conservação e Restauro adequando-as às suas necessidades reais, oferecendo em contrapartida todo um espaço aberto ao público que possibilita a fruição do edifício, particularmente do claustro, e permite uma utilização de âmbito alargado.A intenção de conseguir que o local seja um lugar vivo de convívio, determinam a solução de uma Cafetaria que pode funcionar com total independência do resto do edifício e ainda, como valor apelativo, a criação da zona de "Cibercafé" no piso superior. As instalações do Centro de Conservação e Restauro são constituídas pelo compartimento da Recepção do Material Arqueológico, com acesso directo ao exterior e ligação à cave, pátio exterior e área correspondente do piso superior – Sala de Estudo e Investigação – comunicando ainda com o Espaço Polivalente e o Claustro de forma a garantir às restantes instalações o acesso vertical independente às instalações do piso superior.No piso 1 esta prevista o funcionamento de instalações de apoio a actividades culturais. Segue-se um espaço / galeria debruçado sobre o Claustro, destinado a estudo, convívio e actividades complementares. A zona do convento será ocupada com uma área pública polivalente, servida por escada e elevador e que se articula em envolvência ao Claustro.Actualmente, o piso térreo está ocupado pelo Núcleo Megalithica Ebora, um espaço expositivo permanente, dedicado à interpretação do território eborense durante os períodos megalítico e romano.

1 comentário:

  1. Belo conjunto patrimonial, se atendermos também à sua utilização humana: um exemplo de como é possível e desejável usufruir activamente o património edificado. Renovo os parabéns pelo teu trabalho persistente. Abraço! JL

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